quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Ler com poucas letras - Ao Professor


Temos tanto ORGULHO no prefácio do nosso livro "Ler com poucas letras"!
Foi escrito pela Doutora Dina Caetano Alves – 

Linguista e terapeuta da fala, doutorada em Psicolinguística
Docente na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal
Especialista em Terapia e Reabilitação
Investigadora integrada do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa e do Centro de Interdisciplinar de Investigação Aplicada em Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal
Membro da Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala

Resolvemos partilhá-lo com vocês:

"A escrita surge como uma forma de comunicação por meio de desenhos, palavras, frases e textos. A aprendizagem da escrita alfabética requer a capacidade de converter sons da fala em (combinações de) letras, e o contrário é requerido em relação à leitura. Estas capacidades requerem competências linguísticas, ortográficas e psicomotoras, pelo que a linguagem, a ortografia e a grafia constituem três dimensões basilares a considerar no processo de aprendizagem da leitura e da escrita.
O desenvolvimento linguístico adquirido até à entrada na escola é crucial para a aprendizagem da escrita, pois é sobre essa base que a criança exercita a sua consciência linguística. É nessa fase que começa a processar as diferentes unidades do discurso e a refletir mentalmente sobre a sua natureza, passando, assim, para um nível de conhecimento explícito da linguagem.
Quanto à ortografia, diz-se que a escrita da língua portuguesa se rege por um princípio alfabético. Na grande maioria dos casos, cada símbolo gráfico corresponde a um segmento sonoro (um som da fala), porém, noutros, essa relação é mais opaca. Sabe-se, por exemplo, que, no português, existem mais letras consonânticas do que sons consonânticos, mas também se sabe que uma mesma letra pode converter diferentes sons. Por este motivo, existem sons iguais que são realizados por letras diferentes – como por exemplo o som ‘s’ em <sacola>, <cabeça> e <céu> -, e o contrário também, isto é, letras iguais para representar sons diferentes - como por exemplo a letra <s> em <osga>, <sua> e <gosta>!
A terceira grande dimensão da escrita é a parte gráfica, mais especificamente, psicomotora. A execução motora da produção escrita requere uma habilidade adicional e, por esse motivo, deve ser objeto de atenção e estimulação. Muitas crianças experienciam dificuldades em fazer grafismos e desenhar letras, podendo traçar elementos gráficos - pauzinhos, ganchos, argolas, arcos e outros grafismos - pouco percetíveis.
Estudos recentes mostram que o desenvolvimento psicomotor está intimamente relacionado com a aprendizagem da escrita. Quando o desenvolvimento psicomotor não estiver devidamente desenvolvido, é possível observar-se dificuldades na descodificação de palavras ou letras (leitura), bem como o inverso, ou seja, dificuldades na codificação de palavras ou letras (escrita).
Sendo a tarefa gráfica uma atividade percetivo-motora complexa, com movimentos coordenados, sucessivos e realizados em momentos específicos, certas aptidões motoras, como a coordenação motora fina e o desenho caligráfico, são essenciais para a aprendizagem da escrita.
Cada letra tem uma representação: maiúscula e minúscula, impressas ou manuscritas. A criança lida com quatro estilos alfabéticos que requerem a sua capacidade de reconhecer letras, bem como executar os movimentos necessários para a sua escrita.

Nesta obra - Ler com poucas letras -, cozinhada pela Chef Ana, com os ingredientes da horteloa Carla, encontrará a receita que proporcionará aos seus degustadores o prazer gastronómico da escrita!
No final da cozedura, verá que o cheiro e sabor a escrita são únicos..."



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